terça-feira, 17 de março de 2009

suspiro

certo desespero e grande fadiga de pensar em relações humanas, em argumentações minhas ou alheias, ou em qualquer espécie de tentativa (esteja ela em qualquer nível de facilidade ou de dificuldade).
as pessoas nos corredores são tão vulgares ou sou eu.
tudo é potencialmente incomôdo. perdão pelo espetáculo, mas alguém me arranje um desmaio.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

terça-feira, 28 de outubro de 2008

pale yellow

os tocadores de gaita do metrô, bem ou mal, sempre me emocionam. - 21.02.08
postagem de mim que nasci domingo.

preciso desatar o nó gargantal e me dividir.
um pedaço de mim para mim, outro para o eco.
estamos sentados sobre a toalha xadrez de vermelho e branco, toalha simpática sobre a grama meio molhada.
- dia bonito, né? não se acanhe, pegue um pratinho e sente.

é bonito ver o sol entrar pela janela enquanto o vagão segue. quase triste, é como uma folha dançando no ar,
vai passar e vai acabar.
hoje eu vi uma enquanto atravessava a rua.








fiquei/ficou pra trás.
ainda me
entendo no

passado.
pedi sorrisos.




sempre fui pale yellow, talvez eu tenha
sido
marrom de vez em quando também. nunca vou ser essencialmente vermelho.

embora eu sempre tenha preferido cachorro a gato. nada mais vermelho do que um cachorro, mas garotas que só gostam de gatos são chatas, vomitantes e verdes.


gatos me deixam asmática.
e eu posso abraçar o cachorro.





vontade de juntar todas as coisas e grudar com cola. quero enxergar e tocar em tudo o que está esquecido,
preciso revirar, reviro as minhas gavetas.
sou, essencialmente, feita de um tipo de grude e de uma saudade, por isso
i'm sticking with you.















só gosto da luz da vela.










a beleza será CONVULSIVA, ou não será.
a beleza será CONVULSIVA, ou não será.
a beleza será CONVULSIVA, ou não será.
a beleza será CONVULSIVA, ou não será.
a beleza será CONVULSIVA, ou não será.
a beleza será CONVULSIVA, ou não será.
a beleza será CONVULSIVA, ou não será.
a beleza será CONVULSIVA, ou não será.










linha, bombinha de ar vazia, bola de árvore de natal e
um pacotinho roxo com laço dourado para enfeitar qualquer coisa
foi o que eu encontrei em uma gaveta esquecida, estreita e pequena do meu quarto:
estavam abandonados,
e
ntão os acomodei na cabeceira, junto ao copo d'água, para que não se sentissem tão só.






um coração cor-de-rosa de presente para a menina de papel crepom.
(um dia pego emprestado se eu precisar)




até enjoar eu cantaria
essa música.

não que interesse, mas gosto do açucarado.
...apesar de não saber cantar, should i try to hide the way i feel inside?
um pouco fora de tom a mistura de inglês com português neste momento, mas ninguém consegue fugir dos lugares-comuns em cima de pernas-de-pau tão altas.




agora faço de conta que não existo.
ninguém leu isso, ninguém me sabe.

forever yellow.
me misturo ao meu próprio meio.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

stuck doing people things not knowing you have wings.

também estou cansada desses ônibus e dessa gente que esbarra sem medo.
também não gosto de sutiãs apertados salientadores de peito e acho feio os decotões em V.
desaprendi a matar o tempo, cada vez mais preciso dele. eu sei que tu também precisa muito, mas não é motivo pra pirar o cabeção.
sem paciência para os chiques e famosos de porto alegre e para noite de glamour decadente dessa gente brega do beco, prefiro meus fones de ouvido e as conversas aleatórias com quem se presta a rir um pouco enquanto bebe qualquer coisa meio morna, meio alcoólica e meio amarela (desde que não seja despreocupado e infeliz ao ponto de passar os dias suando e fazendo malabares em todos os lugares que não tenham um lustre pendurado - embora eu saiba que tu não é assim tão contra os malabaristas). preciso/quero perto gente tipo especificamente tu, por exemplo.
cansei um pouco de caetano, mas gostaria de te convidar pra vir aqui em casa algum dia só pra colocarmos aquele disco que eu sei que tu já detesta, só pq eu acho que no nosso penúltimo inverno fomos um pouco dele em london london.
fomos, não somos mais, mas sinto saudades de acordar e ja te encontrar em pé, enfiada dentro de um pijama lilás (ou cor-de-rosa), pulandinho atrás de mim e dizendo que não agüentava mais aqueles discos, reclamando dos franceses e dos fiscais de metrô.
a boca roxa e as caminhadas aleatórias.
tudo igual, tenho um ponto de referência.

aretha franklin está para (comédias românticas do tipo) bridget jones que está para mim que estou para ti que está para anna karina linda dançando em vivre sa vie.

"you are my serenade you are my lemonade
you are my soul throw it all out the window
you are my training wheel you are my chamomile
you are my friend come again some other day"

ouve.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

INALEADOR

novo vídeo.

sobre o ar e a falta dele, a "argonia" com uma pitada de galáxias.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

sinto o peso dos anos: descobri que já não gosto mais de maria-mole.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

a perda do tempo

É que o tempo se esvai, é como areia fina entre os dedos. Perco, perdo, não consigo segurar, por mais que feche a mão, ele transborda! Como a água do banho, quando me encontro sentada, que se acomoda no colo e logo cai pros lados, cansada da monotonia das pernas.
Ás vezes a areia é rosa, ás vezes é marrom, ás vezes é azul, mas não é para menos que a ampulheta é sempre ampulheta.
A música repete, cada vez que acaba são três minutos e trinta e cinco segundos a menos (ou a mais?) que vivi (ou que vivo?) e então recomeça. Música que nunca representaria nada se não fosse impregnada da presença de alguém, alagada da lembrança de momentos que já começaram, aconteceram e acabaram, cheia daquele sábado em que essa mesma pessoa também repetia e repetia a mesma música. Quinta vez que se repete. Um pouco de saudade do peso das dedilhadas ainda meio cegas.
Algumas trezentas e dezessete páginas me aguardam deitadas, pacientes, em cima da cama enquanto ouço, transbordo e sinto a ansiedade de quem não sabe pelo o que espera. São, de vez em vez, três minutos e trinta e cinco segundos que passam distraídos, maliciosamente disfarçados de minutos inocentes. Não são , são tudo isso. Se somam sem parar.
Mesmo assim te telefono. Eu te busco, "vou de ônibus", estamos perdendo o tempo!
Sou mesmo um pouco alérgica à solidão, desacostumei da minha pura e própria companhia. Afinal, quem consegue (e sabe) se sentir só?
Tenho muitas coisas para pensar e trabalhar, mas quando vejo já estou picando o alho. Deveria estar pensando no que escrever, mas quando vejo, já estou pensando no quanto amo.
Eu leio palavras que me deixam apertada de um não-sei-o-que, um não-sei-o-que-bom. Acabo deixando um pouco de lado todas as coisas que eu desprezo. Aliás, o que, agora, é deprezar?
Onze horas e só a minha caixa das músicas que não foi aceita. Admito a dor, o coração no liqüidificador, a boca no grampeador e fiquei quieta (com o teu sorriso quieto no meu canto). Vou deitar com um peso que não deveria estar em mim: quanto pesam dezessete canções?

hoje eu sou trágica.